sábado, 11 de maio de 2013

A INTENSIDADE DA VIDA NO DESERTO DO KALAHARI



O deserto do Kalahari é uma das grandes maravilhas da África. Estendendo-se através de mais de 930 mil quilômetros quadrados, suas vastas areias ocupam parte da África do Sul, Namíbia, Angola e Zâmbia, e avançam pela bacia de Botsuana, formando uma planície que recobre quase 70% do país.
A vida no deserto é árdua, mas plantas e animais se adaptam para sobreviver, assim como as diferentes populações humanas que habitam a região. Neste artigo, você conhecerá algumas curiosidades sobre a vida no deserto, sua fauna e vegetação.

Água ao norte do deserto
Ocupando uma ampla região, a paisagem do Kalahari se transforma à medida que avançamos do norte para o sul. No sul e na região central do deserto, a drenagem é quase inexistente e só se encontra água em pequenas poças dispersas. A água da chuva evapora, desaparece nas profundezas da areia ou é absorvida pelos estratos de rocha que estão na superfície. Uma pequena quantidade, que cai sobre os trechos sem areia, flui por uma distância curta e ocupa fendas no solo, mas isso só acontece imediatamente depois das chuvas.
Já na região norte, o Kalahari conta com um sistema de drenagem que permite que as fortes chuvas de verão percorram o terreno até formar o rio Okavango. Ele corre para sudeste, distribuindo seu fluxo em diversos canais que alimentam grande parte da região de Botsuana. Por esse motivo, a região norte abriga mais plantas e animais que a região sul, e pouco se parece com um deserto.

Para sobreviver, raízes fortes
A superfície do terreno é recoberta por areia, o que dificulta a fixação das plantas. As espécies de raízes curtas não conseguem sobreviver às condições do deserto, mas algumas crescem rapidamente com as chuvas e conseguem durar mais tempo.
As plantas e árvores com raízes maiores sobrevivem com mais facilidade, já que alcançam profundidades em que a areia permanece constantemente úmida.
Devido à baixa precipitação de chuvas, a região sudoeste do Kalahari apresenta pouca vegetação. Já a região central, mais chuvosa, abriga mais árvores aptas a sobreviver. O norte do deserto conta com bosques abertos e até palmeiras. Nessa área, encontra-se o pântano do Okavango, que abriga juncos, papiros e outras plantas aquáticas.

Abundância de animais no deserto
A vida animal é muito mais rica e variada na região norte do deserto. Na aridez do sul, vivem espécies especialmente adaptadas, que sobrevivem por longos períodos com pouca água, como os springboks (da família dos antílopes), os gnus e outros pequenos animais.
Na região norte, a quantidade de animais é bem maior, incluindo animais grandes, como girafas, zebras, búfalos, antílopes, e predadores como leões, guepardos, cães selvagens e hienas. Também há pequenos mamíferos, como tamanduás, texugos, babuínos e uma grande população de pequenos roedores; répteis, como lagartixas e serpentes, e uma vasta comunidade de aves.

Os humanos nômades
Uma das tribos mais conhecidas da região é a !Kung, altamente adaptada à vida no deserto. Viajando em grupos de dez a trinta pessoas, esse povo nômade se desloca constantemente em busca de água. Abrigam-se em cabanas feitas de capim, com as portas apontando para o centro da tribo. Em uma área comum de formato circular, as crianças brincam, as mulheres cozinham e realizam todo tipo de afazeres.
Encarregadas da comida, as mulheres passam de dois a três dias por semana percorrendo longas distâncias em busca de frutas, nozes ou raízes. Também cuidam das crianças e procuram lenha para alimentar o fogo. Aos homens, cabe a tarefa ancestral de abater animais para fornecer carne à tribo. Cada parte do animal é aproveitada: a carne é consumida, a pele é usada como abrigo e os ossos se convertem em armas de caça e ferramentas.

Comunidades pastoris
Outras pequenas comunidades do Kalahari vivem em regiões mais remotas, ainda não afetadas pela mineração (lá existem muitas jazidas de diamantes), e sobrevivem da criação de gado nos arredores dos povoados. Estas comunidades abrigam entre 200 e 5 mil pessoas, e suas casas têm paredes de barro e tetos de palha. Assim como em outras comunidades da região, a água é um fator limitante, concentrando sua localização nas proximidades de poços artesianos e fontes de água potável.
O valor do gado vai além do econômico: é um indicador da condição social, ainda que o desejo de ampliar o rebanho gere a deterioração do solo e uma redução considerável dos pastos, prejudicando sua recuperação. Muitas dessas pequenas comunidades contam com escolas primárias, mas poucos conseguem ter acesso à educação secundária. Em relação à saúde, o Estado mantém pequenas clínicas nos assentamentos maiores, e ervanários nos menores.
A África é um continente cheio de mistérios, com paisagens naturais e riquezas culturais que despertam a nossa curiosidade.
Segue o link do Canal no YouTube e o Blog

Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Nenhum comentário:

Postar um comentário