segunda-feira, 26 de agosto de 2013

HOSNI MUBARAK SERÁ PERDOADO?



Um helicóptero militar transportou Hosni Mubarak para o hospital militar de Maadi, onde será mantido sob prisão domiciliária. O antigo presidente egípcio fora posto em liberdade após o tribunal do Cairo ter deliberado absolvê-lo da acusação de corrupção. A Procuradoria confirmou a intenção de não contestar o acórdão, razão pela qual foi levantado o último impedimento à pena de prisão domiciliária.


Os partidários do ex-presidente estão organizando celebrações improvisadas, distribuindo doces pelos transeuntes. Porém, tem sido muito maior o número dos que não se congratulam com a decisão das autoridades judiciárias. Assim, o movimento Tamarod que desempenhou um papel-chave no derrubamento do sucessor de Mubarak - Mohamed Mursi - se declarou disposto a realizar na sexta-feira ações de protesto.

Entretanto, do ponto de vista jurídico, a decisão final do tribunal não deverá ser contestada, afirma o advogado Amir Salem, residente no Cairo:

"O inquérito, examinado pelo Tribunal e designado "Processo sobre Palácios Presidenciais", acabou por ser arquivado. A deliberação sobre a libertação de Mubarak tem um caráter meramente jurídico e nada tem a ver com a política. Não se relaciona, de forma alguma, nem com o Exército, nem com o ministro da Defesa Abdul Fatah Al-Sisi, nem com o novo regime. Deve-se ao único fato de terem sido superados todos os limites de sua prisão preventiva. Claro que os políticos se aproveitarão disso para iniciar novos jogos. Mas isto não muda o fato de a libertação de Mubarak não ter sido uma decisão política.

"Sou um adversário convicto de Mubarak, mas não posso afirmar ter havido quaisquer acordos secretos entre ele e os novos poderes para libertá-lo. Costumo defender os direitos de arguidos, consignados pelo Código de Processo Penal. Cada advogado tem de proceder dessa maneira e a política não tem nada a ver com isso."

O diretor do Centro de Pesquisas Árabes, Abdarrahim Ali, examina a situação criada sob um prisma diferente:

"Mubarak será retido, como um cidadão comum, em regime de prisão domiciliária até ao fim do processo. Por essa altura, teremos eleito um novo presidente e a agitação em volta de Mubarak será evidentemente menor. Por outro lado, praticamente todos os políticos conhecidos detidos no período pós-Mubarak, saíram da prisão no governo de Mursi. Isto não se deve aos poderes atuais. Por isso, não podemos dizer que acabámos com o antigo regime: os políticos derrubados em 2011 foram reconhecidos inocentes e postos em liberdade."

O antigo presidente terá de assistir às audiências, tendo pela frente um julgamento no qual é acusado de esmagar as ações de protesto em 2011. As audições serão retomadas em 25 de agosto.

Fonte: Voz da Rússia

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