quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

MANDELA NUNCA FALOU DO APOIO DA URSS


A URSS ajudou Nelson Mandela a derrotar o regime de apartheid na África do Sul, concedendo meios financeiros, armas e preparando combatentes comunistas. Mas o lendário Mandela não revelou esses fatos.

Na declaração de 6 de dezembro de 2013 do Partido Comunista da África do Sul (PCAS) diz-se: “No momento de sua detenção em agosto de 1962, Nelson Mandela não era um simples membro do PCAS, que se encontrava na altura na clandestinidade, mas fazia também parte de seu Comité Central. Para nós, comunistas sul-africanos, o camarada Mandela será para sempre um símbolo da enorme contribuição do PCAS para a luta de libertação”. Praticamente as mesmas declarações foram feitas em nome da direção do ANC.

Estes reconhecimentos provocaram uma discussão acesa sobre a proximidade de Madiba dos comunistas sul-africanos. Contudo, há muito que se conhece a breve participação de Mandela do Partido Comunista no início dos anos de 1960. Foi conhecido também que a CIA ajudou o Departamento Especial (Político) da polícia da Africa do Sul a deter o rebelde por o considerar um comunista perigoso.

Pergunte-se então por que razão Madela ingressou no Partido Comunista e por que negou até ao fim da vida seus laços com comunistas?

Na África do Sul, o PCAS foi proibido em 1950 e o ANC – dez anos depois. Naquele período, as ações duras de esmagamento de protestos provocavam a mesma reação por parte de comunistas, mas o ANC não recorria à violência até 1961. Mas em 1961, Mandela decidiu formar o braço armado do ANC, o Umkonto we Sizwe (“Lança da Nação”). Para realizar essa ideia, Mandela precisava de dinheiro e de armas e, em 1962, ele partiu para o estrangeiro a fim de buscar ajuda de seus correligionários .

Como escrevia um dos arquitetos da política da URSS na África, membro-correspondente da Academia de Ciências da Rússia, Vasili Solodovnikov, “alguns países africanos concordaram em ajudar, tendo contudo muito pequenas possibilidades. A Europa Ocidental recusou categoricamente o pedido do ANC. Então, os líderes do ANC solicitaram ajuda à União Soviética”.

Este fato explica a “dualidade partidária” de Mandela: como membro do PCAS, era mais fácil para ele ligar o “seu” ANC à ajuda da URSS. De acordo com Vasili Solodovnikov, “o ANC de fato recebia armas só da União Soviética, da República Democrática Alemã e de outros países socialistas. Nos mesmos países foram preparados combatentes e comunistas. Militares soviéticos e cubanos treinavam combatentes em acampamentos do ANC em Angola”.

Mas já no quadro do processo judicial em Pretória em 1964, Mandela negou seus laços com os ecomunistas. A razão também é evidente: um simples patriota africano poderia ser condenado a um prazo menor, do que um comunista. As autoridades, porém, conheciam bastante sobre seus contatos com a URSS, tendo-o condenado à prisão perpétua pela organização de luta armada “apoiada por forças externas”.

Em julho de 1989, Mandela volta a escrever que “não faz parte de nenhuma organização, salvo o ANC”, mas suas palavras não inspiram confiança. Conforme declarou o então presidente da África do Sul, Frederik Willem de Klerk, a ruiína do comunismo foi a causa principal da libertação de Mandela em 2 de fevereiro de 1990. O ANC já não esperava apoio por parte da URSS e as autoridades sul-africanas já não tinham medo da assistência soviética.

Ao chegar ao poder, o ANC elaborou a sua linha política. Mas a direção do país passou também a ser integrada por líderes com “dualidade partidária”, entre eles um amigo próximo de Mandela, Ronald Kasrils, membro do Comité Executivo do ANC e, paralelamente, do CC do PCAS.

Tendo feito preparação militar em Odessa (URSS) em 1964, Kasrils aplicou durante longos anos os conhecimentos teóricos na prática. Em 1994, já após a vitória sobre o regime, ele foi nomeado como vice-ministro da Defesa e, em 2004, passou a encabeçar os serviços de inteligência da RAS. Kasrils explicou abertamente o silêncio de Mandela no seu livro autobiográfico "Armed and Dangerous" (1993).

Entretanto, ainda na prisão, Mandela ultrapassou o sistema de partido único e, após a sua libertação, se tornou muito maior do que o Pai da Pátria. Talvez fosse melhor não mencionar seus métodos contestáveis de luta e seus antigos aliados, que há muito pertencem à História. Mandela não os mencionava, porque, no final de contas, alcançou o objetivo de sua vida. Por isso, todo o mundo, tanto comunistas como capitalistas, lhe renderam sua última homenagem.

Fonte: Voz da Rússia

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