quarta-feira, 28 de maio de 2014

COMO EUA, UNIÃO EUROPEIA E JAPÃO PODEM PROVOCAR O DESMEMBRAMENTO DA UCRÂNIA


Logo após as eleições presidenciais ucranianas, a situação no Sudeste do país se agravou ainda mais. Os receios dos especialistas, que temiam que depois das eleições a operação militar contra a população do Sudeste, que votou pela criação das repúblicas de Donetsk e de Lugansk independentes de Kiev, iria ser reforçada, se tornaram realidade.

O exército ucraniano começou a usar regularmente artilharia, blindados, aviões e helicópteros contra a população da região revoltosa. A contagem de mortos, inclusivamente de civis, já atinge as dezenas e mesmo as centenas. São avançadas previsões que Kiev pretende esmagar os “separatistas e terroristas” antes da posse de Piotr Poroshenko, que está programada para junho. Isso é um crime evidente contra a humanidade, mas Kiev está convencida da sua impunidade porque os EUA reconheceram essas eleições como livres e democráticas. Os norte-americanos ignoraram, sem sentirem qualquer vergonha, as múltiplas violações tanto ocorridas durante a campanha eleitoral (por exemplo, as intimidações e espancamentos dos candidatos da oposição), como no decorrer das próprias eleições (parece que nenhum dos observadores ocidentais se preocupou com as pilhas de boletins de voto que apareceram nas urnas não se sabe como).

Com uma grande boa vontade, o apoio dos norte-americanos ao golpe de Estado de Kiev e à vitória em maio de Poroshenko, numas eleições que não correspondem aos padrões internacionais, pode ser explicado pelo desejo de liberdade e democracia para a Ucrânia. Mas se formos realistas, a explicação será a vontade de Washington em submeter o país ao seu controle. Realmente, a Ucrânia, mesmo reduzida depois do bem-sucedido (e, sublinhemos, completamente voluntário!) regresso da Crimeia à Federação Russa, irá representar para os EUA e o Ocidente um mercado de mão de obra barata, recursos naturais e um posto avançado para instalar forças militares para a contenção da Rússia.

O problema de Kiev e de Washington é o fato de a população do Sudeste não querer participar nesse projeto abertamente antirrusso que, além do mais, não promete nada de bom para essa mesma população, nem no plano material, nem no plano moral. Foi por isso que 90% dos eleitores dessas regiões votaram pela independência. Assim, Kiev e Washington enfrentaram a ameaça da perda de um território rico em recursos naturais e com uma indústria desenvolvida, inclusivamente militar e aeroespacial. Visto que Kiev não está preparada para dialogar com o Sudeste, qualificando sua população de “separatistas” e “terroristas”, apenas resta uma solução para eliminar o problema, e que é esmagar a resistência da população revoltosa com recurso à força do exército e dos nacionalistas armados. Poroshenko é empurrado para essa solução, tanto pelos seus apoiantes políticos dentro da Ucrânia, como pelos norte-americanos. Eles já tinham declarado há muito tempo que o poder de Kiev possui o monopólio do uso da força para o restabelecimento da ordem. Contudo, Poroshenko e os outros participantes do projeto para a transformação da Ucrânia numa semicolônia do Ocidente e numa praça-forte contra a Rússia estão enfrentando sérios obstáculos.

Apesar dos relatos vitoriosos das autoridades e da mídia de Kiev sobre as muitas vitórias obtidas pelo exército e pela Guarda Nacional sobre as milícias do Sudeste, estes não tencionam se render.

Por outro lado, apesar das mentiras da mídia ucraniana e ocidental, a população e os políticos da União Europeia estão tomando consciência que não há uma presença do exército russo no Sudeste e que a crise na Ucrânia não foi provocada pela Rússia, mas pelo Ocidente, que apoiou o derrube ilegítimo de Yanukovich. Na União Europeia, aliás, acabaram de vencer as pessoas que criticavam o excesso de influência dos EUA nos assuntos europeus e a política antirrussa de Washington e Bruxelas. Isso pode provocar uma alteração na atitude da Europa em relação aos acontecimentos na Ucrânia.

Apesar de a Rússia ter expresso a sua disponibilidade para respeitar a escolha do povo ucraniano, as circunstâncias acabadas de referir podem complicar bastante a vida ao novo presidente e aos seus patrocinadores ocidentais. Especialmente se o senhor Poroshenko persistir na sua tentativa de esmagar o “separatismo” pela força e construir um Estado unitário sem ter em conta a vontade do Sudeste do país. Isso poderá provocar o verdadeiro desmembramento da Ucrânia, cuja probabilidade irá aumentar proporcionalmente ao aumento do número de vítimas da chamada “operação antiterrorista” de Kiev.

Só se pode poupar a Ucrânia a esse triste destino no caso de os EUA, a União Europeia e o Japão, que expressam seu apoio aos “revolucionários” e “democratas” de Kiev, perceberem finalmente eles próprios, e expliquem aos senhores Poroshenko, Tymoshenko e Yatsenyuk, uma verdade simples: não se deve ignorar os interesses de uma parte considerável da população da Ucrânia e obstinadamente tentar transformar esse país em uma colônia e em uma praça-forte do Ocidente contra a Rússia. Caso contrário, ou seja em caso de a Ucrânia se desmembrar, todos sairão a perder, inclusivamente os EUA, que já gastaram lá muito dinheiro, e a União Europeia e o Japão que se preparam para o fazer.

Fonte: Voz da Rússia

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