terça-feira, 28 de julho de 2015

BRASIL: VOCÊ SOUBE? - ENTENDA A POLÊMICA DO APLICATIVO UBER


Manifestação de taxistas contra o Uber no Rio de Janeiro, na última sexta-feira

Leia nossas perguntas e respostas e compreenda o que é o Uber e porque ele vem causando polêmica

Taxistas de várias cidades brasileiras estão protestando contra esse tal de Uber. O que é isso?

O Uber é um aplicativo de celular que conecta uma pessoa a um motorista particular. Digamos que você precisa ir até o trabalho, por exemplo. Pede um carro do mesmo jeito que faria com um aplicativo de táxi.

É um aplicativo para pedir táxi?

Não. Funciona de um jeito um pouco diferente. Os carros do Uber são pretos, geralmente de luxo, e há vários itens de conforto para os passageiros, como bebidas e balas. Os motoristas usam roupas sociais e abrem a porta para a pessoa entrar. Como os táxis, esse serviço cobra bandeira, quilometragem e taxa por minuto parado. Mas há uma diferença importante: quando há muita demanda por carros em uma determinada região, o preço da corrida aumenta. Se muitas pessoas começam a querer usar o Uber em um determinado bairro, por exemplo, o faz crescer o preço para que haja um equilíbrio no número de carros (na prática, isso desencoraja as pessoas a usarem o aplicativo). Quando o número de pedidos volta ao normal, o preço da corrida diminui novamente.

Os carros do Uber são táxis?

Não. São motoristas particulares que atendem a quem tem conta nesse aplicativo.

Qualquer um pode ser motorista do Uber? 

Posso baixar o aplicativo e começar a cobrar para dirigir as pessoas por aí?

Segundo a empresa, não. Para conseguir se tornar um prestador de serviços, é preciso se inscrever no site, passar por uma checagem de antecedentes criminais, possuir uma carteira de habilitação que permita trabalhar como motorista profissional, ser dono do próprio carro e atender a vários outros critérios para conseguir trabalhar pelo aplicativo.

Por que os taxistas estão irritados?

Porque, para eles, trata-se de uma concorrência desleal. Para operar um táxi, o motorista precisa conseguir um alvará, uma licença especial emitida pelas prefeituras das cidades. Conseguir uma permissão dessas envolve uma boa dose de burocracia e investimento. Na maioria das capitais brasileiras, a prefeitura parou de emitir alvarás e quem quiser virar taxista tem que comprar ou alugar de alguém que tenha esse documento.

Os taxistas fizeram alguma coisa para combater o Uber?

Além de protestos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, o sindicato da categoria entrou com uma ação na justiça de São Paulo para obrigado o Uber a parar de fazer corridas. A Justiça decidiu que o aplicativo pode sim operar.

Taxistas cariocas durante manifestação contra o Uber na última sexta 24 de de julho

Li em algum lugar que o Uber foi proibido. Onde foi isso?

Em São Paulo, mas a medida ainda não está valendo. No dia 30 de junho, a Câmara Municipal aprovou uma lei que proíbe o aplicativo na capital paulista. Ela precisa ser aprovada em uma nova votação, prevista para acontecer no mês que vem. Depois disso, o prefeito Fernando Haddad decidirá se sanciona (assina) a lei ou a veta (decide que ela não vale).

Quem está certo?

Depende do ponto de vista. Os taxistas querem impedir que o Uber atue por aqui porque seria uma concorrência. Como é difícil conseguir o alvará e os taxistas têm que seguir uma série de regras, eles querem ter a preferência para exercer a atividade. Seria, segundo esse raciocínio, injusto que o Uber aparecesse do nada e começasse a roubar clientes dos táxis sem passar por processo algum para conseguir uma autorização oficial. A alegação é que seria mais ou menos como se alguém colocasse um ônibus para circular em outras rotas que não as definidas pelas prefeituras, cobrando a tarifa que desejasse e parando fora dos pontos.

Quem defende o Uber diz que o serviço prestado é diferente do táxi (porque é de um nível mais alto) e que ele é o equivalente a contratar um motorista particular, algo que já existe e é perfeitamente legal. O Uber apenas conectaria os clientes aos motoristas, e isso não pode ser considerado uma concorrência aos táxis.

Como resolver esse impasse?

Não há resposta única nem simples. Mas uma possibilidade é o poder público, ao invés de proibir, empenhar-se em regularizar o serviço do Uber, obrigando os motoristas e as empresas a seguirem determinadas regras, semelhantes às que os taxistas já estão submetidos. E tais regras seriam válidas para qualquer outra empresa que desejasse prestar o mesmo serviço.


* Diogo Antonio Rodriguez é editor do site Me Explica.


Segue o link do Canal no YouTube e o Blog
Gostaria de adicionar uma sugestão, colabore com o NÃO QUESTIONE

Este Blog tem finalidade informativa. Sendo assim, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). As imagens contidas nesse blog foram retiradas da Internet. Caso os autores ou detentores dos direitos das mesmas se sintam lesados, favor entrar em contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário