segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

BRASIL: AS IDENTIDADES DOS “PLAYBOYS” QUE ATACARAM CHICO BUARQUE - COM VÍDEO


“Você é um merda”, “petista ladrão”, “vai morar em Paris”, “vai pra Cuba”, foram algumas das frases direcionadas a Chico Buarque. Identidade dos jovens foi revelada e um deles concedeu entrevista para justificar as agressões. Amigos que jantaram com Chico e testemunharam as provocações, artistas, políticos e o próprio compositor também se pronunciaram sobre o incidente

Chico Buarque foi abordado por um grupo de jovens na noite da última segunda-feira no Leblon, quando saía de um restaurante em que acabara de jantar com amigos. Depois da confusão, um dos agressores, o rapper Túlio Dek, ‘conhecido’ na mídia apenas por ser o ex-namorado da atriz Cleo Pires, afirmou em entrevista ao Estadão que o ícone da MPB “é um ídolo” para ele.

“Chico é um ídolo para mim. Só não entendo como um dos maiores ícones do Brasil continua apoiando cegamente o PT. Minha indignação foi com o cidadão e não com o artista”, disse.

Além de Dek, outro jovem que hostilizou Chico foi Álvaro Garnero Filho (mais conhecido comoAlvarinho), filho do empresário e apresentador paulista Álvaro Garnero. “Petista, vá morar em Paris. Ladrão. Vá morar em Cuba. O PT é bandido”, diziam os jovens, que estavam exaltados e procuraram criticar o ativismo de Chico a favor do PT, algo que data dos tempos de fundação do partido.

Recentemente, Alvarinho causou controvérsia com um vídeo em que aparecia alcoolizado acariciando Ronaldo Fenômeno, que o chamava de namorado. O pai saiu em sua “defesa” quando o rapaz foi “xingado” de gay.




Mário Garnero, pai de Álvaro, portanto avô de Alvarinho, esteve no centro do “escândalo Brasilinvest”, banco de investimentos que fechou em 1985 porque mais da metade de seus empréstimos fora contraída por empresas “fantasmas”.

Garnero foi indiciado pela Polícia Federal por estelionato, formação de quadrilha e operações fraudulentas no mercado financeiro. Em 1997, teve a prisão preventiva pedida pela Procuradoria Geral da República.
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“Chico foi um santo, um cavalheiro. Os meninos começaram a hostilizar, do outro lado da calçada. Chico atravessou e foi lá falar com eles. Esta cena de repressão nazista é um exemplo do que está acontecendo no Brasil: a absoluta intolerância. As discussões políticas estão indialogáveis. A disputa política se transformou em duelo. Eles não queriam argumentar, só xingar”, comentou na tarde desta terça-feira o cineasta Cacá Diegues, que integrava o grupo de Buarque no restaurante.

Além de Cacá, o grupo de Chico contava com o cantor, compositor e arranjador Edu Lobo, os cineastas Miguel Faria Jr. e Ruy Solberg, e o jornalista e escritor Eric Nepomuceno.

“Você é um merda, quero ouvir da sua boca: quem apoia o PT o que é?”, perguntou um dos provocadores. “É petista”, respondeu o compositor. “É um merda”, interrompeu o rapaz. Em determinado momento, o grupo ironizou o fato de Chico Buarque ter um apartamento em Paris. “Para quem mora em Paris é fácil”, disse um deles. “Você mora em Paris?”, retrucou Chico. Mantendo o tom de voz baixo, mesmo diante da exaltação dos jovens, Chico Buarque disse achar que “o PSDB é bandido” para rebater o argumento de um dos provocadores, que garantiu que “o PT é bandido”.

Relembrando o episódio na terça-feira, Eric Nepomuceno lamentou que uma noite divertida com velhos amigos tenha sido encerrada com aquela discussão. “É muito impressionante a fúria agressiva dessa direita que saiu do armário embutido”, disse Eric nesta terça. “Estávamos numa ótima, de repente vieram os caras, muito agressivos. Eu estava mais irritado que o Chico, mas depois nós todos demos risada”, contou o escritor.

Segundo Eric, não foi o primeiro episódio de provocação, embora tenha sido o mais ostensivo. “Uma outra vez, o cara na mesa ao lado pegou o celular e falou com alguém ‘estou em um restaurante caríssimo de Ipanema onde os comunistas adoram vir'”, lembrou.

Ironicamente, Chico Buarque não se pronunciou com palavras sobre a polêmica, preferindo apenaspostar em sua página no Facebook uma de suas músicas:

Ao tomarem conhecimento das agressões sofridas pelo compositor, vários parlamentares da base aliado do governo da presidente Dilma Rousseff se pronunciaram em solidariedade a Chico Buarque. Outro a falar sobre o assunto foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que declarou apoio contra ‘analfabetos políticos’.



Ao comentar o episódio, o jornalista Kiko Nogueira, do DCM, prevê um cenário de ódio interminável. “Esses moleques inúteis e mal nascidos perderam a modéstia, a educação e a civilidade. Até prova em contrário, qualquer um tem o direito de acreditar no que quiser. Não para eles. Se pudesse, esse pessoal construiria muros separando gente de “bem” e o resto. O Rio de Janeiro que Chico ama talvez não exista mais. Acabou o sossego. Desta vez, o encontro com a milícia do ódio terminou relativamente bem. Da próxima, quem sabe o que pode acontecer?”


Fonte: Brasil Post (Thiago Araújo), Estadão e DCM


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